26.11.06

No bar.

Eu e o pessoal. Sem um puto no bolso, claro. A esperança de que nada dê errado ou de que nada estranho vai acontecer impera, com todo mundo feliz. E muita mulher bonita passando. Não existe mulher feia lá. Nunca vi nenhuma.
Na primeira rodada, a mesa limpa, todo mundo cheio de assunto, ambiente com temperatura agradável. Segunda rodada, já me dá vontade de sair pra fumar um cigarro. Na terceira, depois de escutar 1001 elogios às mulheres que passam aos montes do lado da mesa, ou as que estão em mesas próximas, eu realmente saio pra fumar um cigarro. Na quarta, já tou de olho na saída, e jogo umas moedas na mesa.
É engraçado, jogar umas moedas na mesa. É tudo o que eu me sobrou do dia. Eu não trabalho mais, não tenho mais dinheiro, nem sei quando terei. Mais quase sempre tenho moedas no bolso, pra comprar água. Sou viciada em água, cacete. Ninguém é viciada em água, nunca conheci ninguém que seja.
Enfim
Jogo as moedas na mesa e no mesmo instante me vêm uma imagem repetida, que vem todas as vezes que estou no bar: eu andando até o ponto de ônibus. Eu entrando no ônibus e tropeçando na escada. É balela, só me vêm isso na cabeça. Cabeça de merda.
Só uma força incrivelmente sobrenatural faz com que eu continue dentro do bar. Eu não consigo ficar muito tempo na mesma posição, muito menos sentada. parece que minha bunda gruda na cadeira, que minhas costas... enfim.. nem sinto minhas costas.
Nem sempre essa força sobrenatural age. Aliás, por esses tempos; quase nunca a filha da puta me dá sinal de vida, e eu saio correndo do bar pra algum refúgio agradável.
Não que o bar não seja um lugar agradável, mais a minha lógica é um pouco destorcida.
Quando estou na sala de aula, quero ir embora pro bar; se estou no bar, quero ir embora pra casa. Na verdade, gostaria mesmo é de ira pra casa do caralho.
A pior merda é ter que esperar o ônibus, e demorar pra chegar em casa. Eu não tenho mais carro. Aliás, pra alguém que tinha 3 carros, eu até que tou me saindo bem. Filhinha de papai é foda, com direito à escolher a cor. Era a superproteção do véio.
Bom, levaram o dele embora também né, fazer o quê?
Ele também foi embora.

Eu to seguindo o mesmo caminho: aonde quer que eu esteja, quero sempre ir embora.

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